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Notas sobre a sustentabilidade da água em Lisboa

Sabe como é que a água lhe chega a casa? E quanto se perdeu pelo caminho? Será a água que consumimos sustentável? Certamente já viu mas talvez não compreenda bem para que serve cada uma das taxas que pesam na sua fatura. Fomos investigar e à conferência "O (Re)ciclo da água" para lhe trazer novidades mais frescas.

Desde a zona de Leiria a Lisboa, são cerca de 3 milhões de habitantes que utilizam a água captada numa barragem inaugurada em 1951 por Oliveira Salazar e Marechal Carmona, a Barragem de Castelo de Bode.


Segundo José Sardinha (EPAL), durante a conferência, Portugal perde em média 40 % da água captada antes de chegar às torneiras. Mas em Lisboa, candidata ao prémio Capital Verde Europeia 2017 a situação tem de ser obrigatoriamente melhor.

Citando o que está no site da EPAL, "O sistema de distribuição é responsável pela gestão e exploração da rede geral de distribuição, com mais de 1400 Km, compreende, ainda, 14 reservatórios, 10 estações elevatórias e mais de 86 mil ramais de ligação aos prédios, proporcionando o abastecimento domiciliário numa área de 83 Km² a uma população superior a 500 mil habitantes."

A EPAL permite às empresas saberem em tempo real os seus gastos de água e fazer uma gestão mais precisa das necessidades e do desperdício. Sabia que em Lisboa as empresas têm acesso a tarifa bi-diária para o consumo de água? Isto explica-se porque para trazer água de Castelo de Bode até Lisboa requer energia, energia essa que é mais barata durante a noite, possibilitando a diferenciação do custo da água para o consumidor final.
A energia é o principal custo operacional das entidades gestoras do ciclo da água.

Em Lisboa perde-se em média 10 % e é um exemplo a nível mundial. Como foi isto possível?

Soluções EPAL

WONE® - Sistema de Gestão de Redes e Controlo de Perdas de Água

O WONE® é um sistema de gestão de redes, focado numa estratégia de eficiência, na redução de perdas e na otimização dos sistemas de abastecimento, cujos resultados são significativos em termos económicos, sociais e ambientais. Na cidade de Lisboa, uma rede com mais de 1.400km, este Sistema permitiu reduzir as perdas para apenas 8%, tornando Lisboa uma das mais eficientes cidades a nível mundial.

AQUAmatrix® – Sistema de Gestão Comercial

É um sistema de gestão comercial, desenvolvido e utilizado pela EPAL, através de uma abordagem integrada da gestão comercial e técnica, suportada por sistemas de informação que garantem o aumento da eficiência e eficácia. O AQUAmatrix® dá uma visão de 360º a cada cliente, cobrindo todas as atividades da gestão comercial, desde a criação de infraestruturas ao apoio ao cliente, e com um constante sistema de atualização com a integração de novas funcionalidades, personalizável de acordo com as necessidades de cada entidade e acompanhado do apoio técnico e consultoria comercial da EPAL. O AQUAmatrix® é um produto 100% EPAL,100% nacional, sendo hoje líder em Portugal, , resultado direto da aliança entre tecnologia de referência e uma excecional qualidade de serviço.

waterbeep®

É um serviço inovador a nível mundial, através do qual é possível disponibilizar aos clientes informação sobre o consumo de água, otimizando o seu uso. Este serviço inclui alertas, por sms/e-mail, sinalizando consumos de água diferentes do padrão habitual, permitindo ao cliente minimizar perdas e gastos desnecessários. O Waterbeep® é um serviço gratuito na versão doméstica e disponível em mais três versões, adequadas às necessidades de cada cliente.​

watercolours - para encher eternamente, dado que são produzidas de forma a resistirem à degradação e libertação das substâncias tóxicas presentes no plástico, como acontece em todas as outras garrafas de água vendidas. A 1,50 € já foram vendidas dezenas de milhares de unidades. O objetivo desta garrafa é permitir beber água da torneira sempre com a mesma garrafa. Mas atenção, não vem com água da torneira, porque até nós temos preferência em beber água de um torneira em particular. Nós talvez tenha sido exagero.. Uma ou outra pessoa :)  
Será a água que bebemos sustentável? 
Acreditamos que sim e que vamos, pela inovação e concretização de objetivos, ganhar o prémio Capital Verde Europeia.

José Sardinha acredita que o futuro passa também por envolver as Universidades e assim conceber um projeto que torne a água que chega a Lisboa mais sustentável do ponto de vista energético, não gastando mais energia (que equivale a emissões CO2) do que a obtida no processo de captação e distribuição. Conseguir desenvolver um projeto desta tipologia será motivo de muita alegria, dado que se começa a fechar o ciclo de aquisição de conhecimentos e know-how para garantir a sustentabilidade do consumo de água em Portugal.

Adicionalmente, é muito importante relembrar que é necessário saber o que fazer à agua de chuva, dado que a maior parte do solo se encontra impermeabilizado e as cheias tornam-se mais recorrentes, arrastando consigo a poluição. Para isso está a ser levado a cabo o Plano Geral de Drenagem de Lisboa e já arrancaram algumas obras, nomeadamente a Bacia de Retenção da Ameixoeira, como vamos publicar esta semana.

Um outro exemplo importante de lembrar:
A ETAR da Guia é a maior Estação de Tratamento de Águas Residuais portuguesa e a primeira ETAR Portuguesa autossuficiente em energia, sendo uma das poucas no mundo com este nível de sustentabilidade ambiental.

E isto lança o mote para mais uma questão, para ter água em casa precisamos de pagar a quem e para quê? Fomos ao site da EPAL. 

CONTAS DA ÁGUA
Abastecimento de Água | Variável de acordo com os escalões e o tipo de consumo. 
Quota de serviço |
 Valor mensal fixo calculado em função do período de faturação inerente à disponibilidade de acesso ao fornecimento direto de água. Destina-se a compensar os custos relativos à construção, manutenção e ampliação das infraestruturas necessárias à prestação do serviço de abastecimento de água.

CONTAS DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

Tarifa de Saneamento
•   Valor destinado à CML que engloba uma tarifa fixa de disponibilidade, aplicável a cada 30 dias, e uma tarifa variável de utilização do serviço de saneamento de águas residuais, calculada em função do volume de m3 de água faturada.
Estas tarifas englobam a prestação dos seguintes serviços/atividades:
a) Execução, manutenção, limpeza, desobstrução e renovação de ramais de ligação do sistema predial ao sistema público;b) Construção, manutenção e renovação do sistema público de saneamento;c) Recolha e encaminhamento de águas residuais urbanas;d) Celebração ou alteração de contrato de recolha de águas residuais urbanas.

Tarifa de Resíduos Sólidos Urbanos
•   Valor destinado à CML que engloba uma tarifa fixa de disponibilidade, aplicável a cada 30 dias, e uma tarifa variável, calculada em função do volume de m3 de água faturada.
Estas tarifas englobam a prestação dos seguintes serviços:a) Instalação, manutenção e substituição de equipamentos de deposição de resíduos urbanos;b) Recolha, transporte, tratamento e eliminação adequada dos resíduos urbanos;c) Recolha e encaminhamento adequado de resíduos volumosos e verdes provenientes de habitações inseridas na malha urbana, quando inferiores aos limites previstos para os resíduos urbanos na legislação em vigor.

Adicional
  •  Valor destinado à CML que incide sobre o número de de m3 de água faturada para compensação do valor de consumos municipais considerados de  interesse coletivo (lavagem de ruas, rega de jardins, chafarizes, entre outros)

TAXAS
Taxa de Recursos Hídricos 
No cumprimento do Decreto-Lei nº 97/2008, de 11 de junho, a EPAL está a cobrar, desde o dia 1 de agosto de 2008, a Taxa de Recursos Hídricos, em resultado do alinhamento da legislação nacional (Lei da Água) com as diretivas comunitárias (Diretiva nº 2000/60/CE). 
Esta taxa surge para compensar os custos associados às atividades de planeamento, proteção e gestão dos recursos hídricos e potenciar um uso eficiente dos mesmos, sendo a contribuição de cada utilizador proporcional ao uso que faz desses recursos.

ATaxa de Recursos Hídricos incide sobre:
  • A utilização privativa de águas do domínio público hídrico do Estado
  • A descarga, direta ou indireta, de efluentes sobre os recursos hídricos, suscetível de causar impacto significativo
  • A extracção de materiais inertes do domínio público hídrico do Estado
  • A ocupação de terrenos ou planos de água do domínio público hídrico do Estado
  • A utilização de águas, qualquer que seja a sua natureza ou regime legal, sujeitas a planeamento e gestão públicos, suscetível de causar impacto significativo
A TRH relativa aos serviços de saneamento de águas residuais, é uma  receita do Estado, sendo um valor suportado pela Câmara Municipal de Lisboa e repercutido pelos utilizadores finais conforme previsão legal.

Por lei, esta taxa tem de ser repercutida na faturação do utilizador final, não refletindo qualquer aumento de tarifário da EPAL.

Taxa de Gestão de Resíduos (TGR)
•  
 É uma receita do Estado, sendo um valor suportado pela Câmara Municipal de Lisboa e repercutido pelos utilizadores finais conforme previsão legal.


Notas finais .. :)

É possível poupar 125 €/ano em energia e água

Posted by eficienciahidrica em 2011/10/31
As reduções no consumo de energia e água são importantes para equilibrar o orçamento familiar, permitindo poupar 25 euros por ano com bom uso da água e de 100 euros com gasto eficiente de electricidade, defendeu hoje a Quercus.
No Dia Mundial da Poupança, que hoje se assinala, a associação ambientalista Quercus salienta que é através das decisões e comportamentos de cada um, no seu quotidiano, que é feita a mudança.
“Em tempos de crise e com os aumentos de bens como a energia e a água, poupar, ou melhor, reduzir consumos e ser eficiente, é uma ajuda para o orçamento familiar e também uma grande ajuda para o ambiente”, resume a Quercus.
Entre os sectores que mais penalizam o ambiente devido à poluição estão a utilização da energia, em casa ou nos transportes, e o uso da água. Por isso, a associação listou um conjunto de medidas que podem ter efeitos positivos nas contas do fim do mês e no ambiente. Segundo a Quercus, as famílias que optem por um uso eficiente da água podem poupar 20 por cento nos gastos, o que significa um corte de 25 euros por ano.
A forma de conseguir a redução do consumo de água passa por diminuir o tempo no duche e deixar de usar o banho de imersão, ter autoclismos de dupla descarga ou interrupção de descarga, usar redutores de caudal nas torneiras (com poupanças de, pelo menos, metade do gasto), e utilizar as máquinas de lavar roupa ou loiça sempre com carga completa.

Por último.. só para atiçar a fogueira... Mas quando é que o preço da água vai baixar?

Ganhar escala para baixar custos
A nível local, “a alteração do preço da água é uma decisão que cabe a cada um dos municípios”, afirmou o Secretário de Estado, acrescentando que os municípios devem “encontrar forma de se organizarem à escala supramunicipal, de maneira a ganharem maior eficiência, e por essa eficiência ao serviço dos cidadãos”.
“Hoje, estamos convictos de que os ganhos de eficiência do sector superam as necessidades imediatas de aumento do preço da água”, disse também Carlos Martins, referindo que, “no âmbito do processo de decisões dos sistemas multimunicipais, houve já municípios em Portugal que tomaram a decisão de baixar a água e o saneamento aos clientes municipais”, nomeadamente a empresa Águas do Porto.
O secretário de Estado afirmou ainda que “os ganhos de eficiência no sector das águas serão suficientes para fazer renovação de redes, ter tarifas socialmente justas e, eventualmente, apoiar alguma mancha de população que precise de uma tarifa social”.
“Apesar de tudo, Portugal – no contexto da Europa – é seguramente um dos países que, para os níveis de serviço que dispõe, tem as tarifas de água e saneamento aos valores mais baixos”, sublinhou Carlos Martins.
Referindo-se à necessidade de reabilitação das redes públicas do sector das águas, o Secretário de Estado disse que “esta é uma matéria preocupante”, já que “uma verba de cerca de 150 milhões por ano devia ser investida”.
Em relação ao relatório de avaliação anual do novo plano estratégico do sector das águas Carlos Martins afirmou estar muito satisfeito com os resultados: “Portugal é, no contexto do mundo, um país impar em termos de acessibilidade das pessoas aos serviços de água”, concluiu.

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