Espante-se agora ao saber que na Terra já habitaram no total 106 biliões de pessoas. Este tema começou a ser estudado há cerca de 250 anos, e quer no presente quer no futuro, a competição por melhores condições de vida irá ter grandes implicações para toda a população. Foram precisos milhares de anos para que a população Mundial chegasse a 1.000.000.000 (1 bilião), em 1802 logo após o início da Revolução Industrial. Desde esse momento na História da Humanidade atuamos tão rápido que a própria Natureza não tem capacidade para sustentar a nossa procura. Em 2011, cerca de 200 anos depois, já eramos 7 Biliões de pessoas e a cada dia que passa temos 250.000 novas pessoas no Mundo, e não me enganei nos zeros. O problema em que pouca gente pensa é que cada pessoa luta para ter a melhor vida possível.
O top 5 dos países com mais população tem 46,8 % da população mundial e é liderado pela China, seguindo-se a Índia, E.U.A, Indonésia e Brasil. A crescer 1,1 % ao ano, temos mais 82 Milhões de pessoas no planeta todos os anos. Portugal aparece na 88.º posição, com 10 264 797, mas a população está a diminuir 0,38 % ao ano. Para que fique o registo, às 16h00 de dia 27 de fevereiro de 2015 existiam 7 297 850 677 pessoas no Planeta Terra. Hoje, às 16h00 de dia 11 de maio de 2017 já somos 7 503 833 123. As zonas urbanas alojam 54,7 % da população mundial, sendo que a maior parte das zonas urbanas se situam em zonas litorais de reduzida dimensão.
Olhando à história, vejamos o porquê de este ser um tema crucial. Thomas Robert Malthus, nascido em 1766, foi um economista britânico e é considerado o pai da demografia, área da ciência que estuda a dinâmica populacional Humana. Em grande ficou conhecido devido à sua Teoria para o Controlo do Aumento Populacional. Em dois livros conhecidos como “Primeiro Ensaio” e “Segundo Ensaio”, Malthus defende que qualquer melhoria no padrão de vida das grandes massas é temporária, porque provoca um aumento da população e que isso acaba por também impedir qualquer melhoria possível no sistema, neste caso sociedade. Malthus compreende a escravatura e a divisão porque na Terra não existe maneira de dar tudo a todos.
Estudo mais recentes, indicam que os gastos médios de cada Humano – comida, água, abrigo, medicamentos, materiais de construção, ar fresco e água potável – necessitam 2.1 hectares de terra e de água para ser produzidos. A pegada ecológica de um Americano é em média 10 hectares, portanto se todos nós vivêssemos pelos standards Americanos, necessitaríamos de mais 4 planetas Terra. Para além de consumirmos demasiado, somos demasiados consumidores.
Hoje, sabemos que algumas energias e recursos são renováveis. O problema é que o Homem retira muito mais, e mais rapidamente, do que aqueles que a Terra é capaz de recuperar. Na mesma linha de raciocínio é fácil perceber que este exemplo é aplicável a praticamente todos os recursos naturais disponíveis, repare: desflorestação, sobrepesca, diminuição das reservas aquíferas, uso intensivo dos solos, recursos minerais de acesso cada vez mais difícil e com maiores impactos, os combustíveis do “inferno” (Petróleo, Gás Natural, Carvão, entre outros), entre outros.
Obviamente isto acaba por afetar negativamente a capacidade de suporte do meio (Terra), criando-se um ciclo de redução dos recursos naturais, contrariamente à crescente procura pelos mesmos. É um cenário muito catastrofista e eu enquanto biólogo estou habituado a ver e imaginar uma evolução lenta e gradual dos acontecimentos. Contudo, a capacidade que a espécie Humana tem de fazer cenários evolutivos leva-me a acreditar que temos de enfrentar esta catástrofe silenciosa e ao mesmo tempo cheia de ruído (ambientalistas), de forma muito séria. Certamente irão ocorrer mudanças históricas, e será um ponto negro no cronograma da história da nossa espécie, neste ecossistema chamado Natureza, que não entendemos, mas também não queremos entender. A menos que dê dinheiro.
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